Escrita Livre— é uma técnica em que se escreve continuamente durante um período de tempo determinado, sem atenção à gramática, ortografia, pontuação, ou mesmo tema. Produzem-se textos “crus”, geralmente material que não se pode utilizar tal e qual, mas esta prática pode ajudar a ultrapassar bloqueios, apatia, excesso de auto-criticismo e auto-censura, receio de falhar ou qualquer outra forma de resistência. Também pode ser usado para “descobrir a sua voz”, ou seja, quando queremos escrever, mas achamos que não sabemos como ou sobre quê. Ou ainda quando escrevemos textos muito certinhos, mas talvez monótonos, e gostaríamos de algo mais “despenteado”. Alguns escritores utilizam esta técnica para juntar pensamentos e ideias iniciais sobre um tema, como trabalho preliminar para uma escrita mais formal. Pode ainda ser utilizada para tornar mais “orgânica” a transcrição do fluxo de pensamentos (fluxo de consciência) de uma personagem numa narrativa. Natalie Goldberg combina este processo com os princípios da prática de meditação, encorajando a atenção consciente dos pensamentos durante o processo.
Regras
- Determinar um tempo limite, geralmente, 5, 10, 15 minutos de escrita. Ou um número de páginas pré-estabelecido (2, 3..).. Findo esse tempo, parar. Se quiser usar a escrita livre como base de escrita, tem de estabelecer uma rotina. Não fique à espera de ter vontade de escrever. Pois pode nunca ter. Este tipo de escrita ensina que não temos de ter “vontade” ou de nos sentir “inspirados” para escrever.
- Manter a mão (caneta) em movimento…. Não parar para pensar ou para ler o que se já escreveu. Não riscar o que se escreveu. Páre de julgar. Apenas escreva.
- Não se preocupar com a gramática, sintaxe, ortografia, pontuação, tema, etc. Não é o tipo de escrita para se dar a ler a outrém, não importa a qualidade do texto mas apenas e somente o ato de escrever.
- Se se sentir “bloqueado”, escrever isso mesmo, “não sei o que escrever” ou repetir a última palavra escrita as vezes que forem necessárias. Não se preocupe com lógica, nem em escrever “bem”, não há forma de errar. Não é suposto ser “arte”. Nem mesmo escrita propriamente dita, qualquer pessoa pode utilizar este método. Confie em si, confie no processo.
- No final, pode reler (ou então deixar passar algum tempo) e eventualmente sublinhar passagens e ideias interessantes que possam vir a ser desenvolvidas posteriormente.
É uma prática de ouvir, de escutar as nossas várias vozes, de escutar vozes que nem sabíamos que possuíamos, de nos libertarmos. Chumani
Bibliografia e links relacionados:
Peter Elbow, Writing Without Teachers (1975)
Julia Cameron , The Artist’s Way (1992).
Natalie Goldberg, Writing Down the Bones (1986)
Wikipedia – artigo free-writing
e ainda Getting Started
Como tenho um fascínio por romper muros, vou experimentar essa ” técnica” denominada “escrita livre”. É mais um trilho a fazer, pelas alturas, para alguém que tem vertigens e assume já ter dado alguns trambolhões.
Estas ideias são sempre bem vindas. Continua…
respira fundo e mergulha 🙂
Passa no meu 🙂 diz o que achas, penso que irás gostar da entrada: “Queres um copo cheio, meio cheio ou meio vazio?”
http://nrokina.blogspot.pt/
Obrigada